domingo, 22 de março de 2015

A passividade um dia vão me matar



Nunca disse que não sentia saudades de alguém quando não fosse verdadeiro. E percebi de repente que quando a pessoa não diz que não sentiu saudades, ela também está sendo sincera. Não sentiu saudades. E como aquele boom de cores que formaram o universo, as coisas se encaixaram.
Percebi que não tenho da morte, pois não tenho consciência total sobre seus atos e suas consequências, percebi agora que o que me mata pouco a pouco, me sufuca e me faz chorar sem vergonha é a passividade. O não viver, o não se entregar e o não sentir. Ser sufocada por um amor que não vivi, mas que podia ter sido. Juntando todos “e se” que me fazem questionar a minha sanidade, a minha lealdade comigo mesma e o meu modo de viver. Nunca vivi uma meia festa ou um meio romance. Poderia ser apenas 30% de dedicação a algumas dessas minhas vidas paralelas, mas todos as porcentagens repartidas viviam 100% de loucura, amor e carinho.
Custava dizer adeus, claro que custava. Custava tanto que até agora não disse. Mas não foi você que não disse, fui eu. Fiquei 100% receosa de te deixar partir, de correr atrás de qualquer sonho que você não tenha me contado enquanto eu apenas esperava por um sorriso seu. E o sorriso chegou, mas me deixou tão destruída e quebrada que eu precisei me sentar no chão e juntar os pedaços do meu coração. Por favor, eu queria gritar, não sorria, não sorria. POR FAVOR NÃO SORRIA. Eu não consigo seguir em frente se você sorrir.
Eu não conseguia esquece sua risada boba e escassa, eu não conseguia esquecer seu leve beicinho quando descobria a possibilidade de tocar a pele da minha cintura só porque a sensação me agradava, e eu ainda consigo lembrar em poucos dias do seu tom de voz. Hoje, ele está perdido nas minhas memórias que eu fiz questão de enterrar bem fundo devido a quantidade de lágrimas que eu derramei pensando em você. Nunca chorei tanto por alguém.
A despedida? Me dilacerou completamente por dias, e horas, e minutos e lembranças. E eu só queria lembrar o que eu senti no ultimo abraço, mas nem isso eu não consigo mais. Eu queria lembrar tanta coisa, mas você as apagou com tanta facilidade como se fosse uma anotação num post it e que agora ela não serve mais. Não apague nunca, jamais meus post its, eles são minhas lembranças, minha vida e você mais uma vez me apagou dela.
Queria que você soubesse que toda vez que eu quase te ligo, quase te mando uma mensagem, ou quase grito seu nome eu estou unindo todas as minhas forças para não fazer isso. E doeu tanto no começo que eu tinha pesadelos sobre isso, e agora ficou aquele vazio do meu coração preenchido pela sua passividade, todos os seus eus ao meu lado estão distorcidos e em cores cinzas, dias nublados que me causam depressão e me impedem de sair de casa e viver minha vida.
Viver uma vida passiva, irá me matar um dia, mas por enquanto eu sofro, digo que ao menos nisso você me ajudou a viver. Completamente inundada em dor, tristeza, lágrimas e leve desespero, percebendo mais uma vez o quanto meu coração podia bater e quanto meu pulmão conseguia suportar de ár. Porque não foram poucas as vezes que ele bateu dolorido e nem poucas as vezes que meu pulmão precisou ser enchido enquanto eu respirava fundo e seguia e frente. Obrigada por não me deixar passiva e indiferente em ralação ao que fomos, toda essas sensações boas e ruins me mostraram que eu ainda vivo a vida completamente. Seja ela colorida e feliz ou cinza e dor.