sábado, 19 de maio de 2012

Anel de Compromisso



O meu relacionamento mais sério ou talvez mais marcante por diversos motivos completa sete anos em breve. E não estou falando de um casamento ou de namoro, estou falando da amizade com meu amigo, companheiro e eterno enamorado Piedro.

Meu loirinho de olhos azuis tão lindos que me fez descobrir que azul é minha cor preferida está completando hoje 23 anos de vida. E todos as pessoas que estão presente na sua vida (mesmo à distância como eu) comemoram essa data.

Isso me faz lembrar que esse texto chama-se "Anel de Compromisso" porque eu e ele temos um acordo: o de sermos felizes e de lutarmos pelo que queremos, e de nunca (ou ao menos tentar nunca) sentir vergonha de tudo que forma sua história. Para nunca esquecer esse compromisso eu ganhei esse anel da foto, sempre comigo não importa o que aconteça.

Ah, a nostalgia me bate agora quando lembro da nossa historia e de tantas cores que ela tem.

Ela tem o amarelo do sol, ou daquela capa de LP do Roupa Nova. Tem o azul da nossa sintonia que é a mesma cor dos seus olhos e do céu de Brasília. Tem o branco da paz, do silêncio entre nossas conversas. Tem o preto da discórdia e da cor da sua blusa de frio que hoje é minha. Tem o vermelho rosado dos meus lábios ou da cor das suas bochechas quando ficam vermelhas. O verde das arvores do Parque da Cidade, o violeta das cadeiras da cozinha da sua madrinha, o laranja da blusa do Ed, e outras cores...

E de repente, a saudade bateu tão forte agora...

Mas não quero escrever entre lágrimas esse texto (ou tentativa dele), só quero te dizer e te mostrar que eu ainda tenho aquele anel que você me deu numa quinta feira 7 de 2005 (julho) e que até hoje ele tem o mesmo significado de quanto eu ganhei: eu te amo.

Happy B-day para meu amigo Piedro - Ao som da nossa banda "Roupa Nova"

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Uma coisa simples e que seria para sempre minha




Eu e alguns amigos temos um hábito particularmente nosso e extremamente bobo. Na verdade são dois. O primeiro é abraçar uma pessoa com força quando se está com saudade dela, quando estamos prestes a chorar ou quando sentimos que podemos perder essa pessoa. Por isso nosos abraços são nossos e também são da pessoa com quem os dividimos.

O segundo hábito é bobo. É a mania de termos posse de alguma coisa e darmos ela de presente para outras pessoas. Sabe aquela estrela no seu? Ela pode ser o nome de um astro de Hollywood, mas se um desses meus amigos falar que ela é minha eu vou acreditar. Mas não tomamos as estrelas dos outros, optamos por dar de presente uma musica ou uma banda completa. Não é que ela vai fazer show no seu quintal ou coisas do tipo, algo mais pessoal.

Vou dar um exemplo prático.

Eu ganhei uma banda, na verdade uma boyband.  O que não seria novidade, certo? Mas eu fiquei perguntando ao meu amigo porque ele me deu The Wanted (que foi a banda que ele me deu), e a resposta foi simples e me fez chorar.
“Não sei exatamente, e não tem nada a ver com o fato de você ter essa quedinha pelo Nathan do The Wanted, mas é que eu estava ouvindo uma musica deles numa rádio aleatória e pensei que você ia gostar dessa musica. E de repente, todas as músicas dele pareciam suas. Não só a que foi escolhida pra ser seu tema de níver, ou Glad you came que você sempre vai ouvir duas vezes seguidas. Talvez tenha a ver com o fato que eu consigo te imaginar dentro dos clipes deles onde estão se divertindo ou que aquela musica romântica deles vai te fazer chorar mais cedo ou mais tarde.” – ele olha pra mim. – “Talvez tenha sido o fato de que você foi uma das ultimas pessoas a parar pra ouvir The Wanted de verdade e já virou fã, e que sente cada emoção que a musica passa de um jeito só seu. Acho que seu níver está chegando e não vejo melhor presente que te dar The Wanted de presente. Não o CD, não a banda, mas o que eles representam e vão representar um dia para você. As musicas dele serão suas mesmo que a banda acabe um dia e eu espero que toda vez que você ouça uma musica deles se lembre desse presente e da nossa amizade.”

E foi assim, com uma conversa que eu percebi que havia ganhado meu presente de aniversário antecipado. O primeiro deles e que eu levaria comigo para sempre <3

Obrigada Pedro <3

quinta-feira, 17 de maio de 2012

A garota que não dançava...



Eu me sentia leve, rodopiando para todos os lados num momento sozinha, um segundo depois com uma multidão me olhando e tendo a oportunidade de escolher tantos pares que eu me via dançando com varias pessoas por tempo suficiente para me divertir e não lembrar o rosto deles.

Parei depois de indeterminadas danças, sem tirar meus sapatos para descansar os pés e pela primeira vez na minha vida o peso de passar horas com o mesmo sapato não me incomodava.

- Não sabia que você dançava. - uma voz falou sentando-se ao meu lado. Sua posição não era descontraída e ele olhava os dançarinos com uma certa inveja não escondida.

- Sempre gostei de dançar, mas nunca fui boa. - quando ele me olhou com descrença eu expliquei melhor. - Sempre gostei de dançar, conseguia sentir meu corpo movimentando-se ao som da batida da musica de um jeito agradável, mas era tudo na minha cabeça. Na vida real eu estava sentada na cadeira observando as pessoas fazerem seus shows e sentirem aquela liberdade que a musica proporciona.

- Não te incomodava ficar sentada enquanto todos dançavam? - ele perguntou olhando pra mim. Puder perceber que ele se escondia por baixo de um blusa de frio larga e uma toca que cobria até suas sobrancelhas.

- Não. - admiti. - Eu nunca me incomodei em não saber dançar direito, ou que meu 'par romântico' da vez fosse tão bom dançarino que todos pediam para dançar com ele. Eu  não era a garota que dançava.

- Quem era você então? - ele perguntou sério.

- Quem você era? - eu perguntei olhando o garoto que estava sentado ao meu lado, com a cabeça em outro lugar menos naquela pista de dança.

Ele olhou pra mim de verdade, como se abaixasse as proteções dele e me deixasse vê-lo pela primeira vez durante toda aquela conversa. Percebi a cor dourada de seus olhos, puxando para um mel, a pele branca e macia, as covinhas evidentes mas escondidas pelo fato de quase não sorrir, uma única mecha de cabelo num tom castanho médio saindo por trás da orelha esquerda, ou o que seria a orelha já que estava escondida sob uma touca folgada.

- Eu não era o garoto que dançava, aliás, continuo sendo. Eu era o garoto que ficava num canto sem par de dança e ficava incomodado com as pessoas se exibindo com toda sua flexibilidade e coisas do tipo. Eu era aquele que não chamava a garota que gostava pra dançar por sabia que ia pisar nos pés dela e ela me abandonaria no meio da pista de dança com um coração quebrado por não poder ter dito que a amava. - ele olhou pra mim triste e esperou que eu dissesse quem eu era.

- Sabe quando eu chegava nas festas? Depois do meu horário de estudo, quando meu possível par já estava lá dançando e se divertindo com nossos amigos. Eu  era aquela que carregava um livro para a mesa e sabia que embora eu fosse dançar com a galera seria o livro que me faria companhia na volta pra casa. Eu era a garota dos livros.

- O que fez você deixar de ser ela? - ele perguntou esperando que eu desse o manual de mudança e fizesse ele feliz.

- Não deixei de ser a garota dos livros, mas aprendi que posso ser finalmente livre depois de tudo. - silenciamos a conversa tocando naquele assunto proibido. - Onde você me viu?

- Não entendi a pergunta... - ele respondeu escorregando para o meu lado quando um cara quase sentou sob ele.

- Você disse que não sabia que eu dançava, quer dizer que já tinha me visto antes. - eu falei olhando para um dos ex 'pares românticos' do passado passando por aquela pista de dança. Que lugar inusitado para rever as pessoas!

- Biblioteca. - ele falou olhando pra mim. - Não dentro da biblioteca, mas perto dela, na verdade mais perto do museu do que da biblioteca. Você ficava transitando de um lado para o outro conversando e conhecendo pessoas novas a toda hora, mas as vezes parava e ficava olhando a lua ou lendo.

- Você era da galera do museu? - eu perguntei coçando o queixo tentando lembrar se o havia visto por lá. Mas nada, minha memória era mesmo ruim!

- Eu era definitivamente da biblioteca. - ele falou dando um pequeno sorriso. - Passava mais horas lá estudando do que qualquer coisa...

- E agora estamos aqui. - eu falei

- Sim, definitivamente eu não esperava estar aqui. - ele falou se levantando e indo para a saida

- Como você chegou aqui? - eu perguntei puxando seu braço.

A sensação do toque da pele dele na minha me causou um arrepio, algo que eu sabia que não era possível. Nos olhamos chocados com a sensação nos fazendo perguntas que eu não sabia a resposta, então alguém me empurrou em sua direção e fui amparada por seus braços onde ele inconcientemente me protegeu de qualquer coisa. Nossos corpos provocaram juntos uma avalanche de arrepios e sensações. Enquanto ele hesitava para fazer algo eu passei meus braços em sua cintura escutando seu coração que batia de forma rápida demais. Ele demorou alguns segundos para poder me abraçar de volta e quando fez respirou meu perfume por dois segundos e se afastou com raiva.

- Porque eu cheguei aqui seria a pergunta certa. - ele falou fechando as mãos em punho. - Cheguei aqui porque sou um idiota.

- Porque você seria um idiota? - eu perguntei quando ele já tinha se afastado de mim e estava indo embora.

- Porque eu fui atrás de você naquele dia, eu criei coragem e fui falar com você. Então sinta-se culpada ao dizer que estou morto por sua causa.

E então ele saiu de lá, me deixando sozinha no meio da pista de dança onde todos os recém mortos dançavam para passar o tempo antes de serem julgados. E eu sabia que era impossível, mas meu coração estava quebrado também por causa do que ele disse....

(continua...)