sexta-feira, 27 de abril de 2012

Quando percebi que gostava de você...



Eu não sabia que gostava de você, e pode parecer bobagem, mas é verdade. Eu podia dizer que você era um desses amores platônicos que tenho em quantidades absurdas, mas você era mais próximo, algo mais perto da realidade.

Não sei quando você vem e talvez nunca saberei já que você é apenas um desconhecido na minha vida. 
Mas toda vez que você passa eu me vejo olhando em volta procurando o que fez eu erguer minha cabeça e ao achar o motivo me vejo contente.

Eu adoro seu sorriso, embora nunca o tivesse visto de verdade. Eu adoro o jeito que passa na minha frente e me cumprimenta: nada de abraços e nem sorrisos. Nada mais ou nada menos que um aceno de cabeça e que me deixava com um sorriso bobo no rosto.

Embora todos esses detalhes possam indicar alguma coisa, eu nunca tinha parado pra pensar que podia ser algo mais até hoje...

Hoje eu vi seu sorriso. E senti-me que roubaram o fôlego ou me senti caindo levemente no paraíso. Observei com atenção cada mínimo detalhe e quando você limpou a boca com as costas da mão eu sabia que havia ganhado o dia, ao menos até a minha visão se abrir: você não estava sozinho.

Ela estava do seu lado. O sorriso era fruto de uma conversa com ela, assim como toda a pose descontraída e todos os gestos que observei. Você me olhou por apenas um segundo e ouvi meu coração fazendo um crac tão alto que fiquei assustada de você não ter ouvido ao perceber que não fui fruto da sua atenção naquele dia.

Eu gosto de você, eu percebi naquele momento. Não o gostar de estar apaixonada, mas há algo ali. Algo que me incomodou tanto ao perceber que aquele sorriso não era pra mim. Algo que me incomoda até agora...

Não sei quem é ela, ou o que ela é sua. Mas de repente eu me sentia perdida e precisando de um abraço. Porque assumir que eu poderia estar gostando de alguém que nem pode vir a fazer parte da minha vida foi como jogar na minha cara que terei um eterno karma em gostar de caras que não fazem nada e já me tem...

Sabe? Acho que admitir o que sinto agora vai tornar as coisas um pouco mais fáceis, então lá vai: “quando percebi que gostava de você, foi quando senti uma dor certeira no meu coração. E por incrível que pareça, eu sentiria mais uma vez essa dor só pra ver você sorrindo novamente...”

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Obrigada, eu balbuciei...



PS: texto em resposta à: Fãs por uma fã

Eu tremia tanto que não sabia se conseguiria andar até a porta onde a palavra camarim estava escrita com uma estrela dourada na frente. Aliás, eu nem conseguia olhar para a porta de tanta tremedeira em que eu estava.  Estava há dois metros de distancia, com as costas encostadas na parede olhando para uma porta marrom simples e atrás dela o meu ídolo. E eu não sabia o que fazer.

Eu sabia que havia a possibilidade de ser escolhida para conhecê-lo após o show, mas havia tantas como eu que eu nem esperava que sequer tivesse a mínima chance. Entre todas aquelas fãs que estavam ali usando blusas com a inicial do seu nome, óculos RayBan de grau falso, blusas xadrez, tênis de cano alto e cartazes chamativos para chamar sua atenção eu podia dizer que era a única que estava com o cabelo num rabo de cavalo simples e a blusa de frio tamanho G do irmão num canto a parte. E então eu fui escolhida.

Acho que passei tanto tempo olhando para as outras fãs com cara de desculpa, que não lembro o caminho e nem qual dos seguranças havia me trazido ali. Porque eu? Era o que eu me perguntava enquanto olhava para meu par de All Star brancos sem cano e fazia minha cara de confusa. De alguma forma eu sabia que havia algumas fãs lá fora, me esperando para saber como foi esse ‘encontro’ e só de pensar nisso fiquei com a garganta seca.

Guiada pela sede abri a porta do camarim e bebi um copo de água, com calma e me deliciando de cada gotícula. E então eu reparei que alguém me observava e virando meu corpo em direção a ele, meu mundo parou por dois segundos.

- Oi. – meu ídolo falou tirando a jaqueta estilo colegial vermelha com um M bordado no peito e deixando apenas a blusa branca gola V dele. – Tudo bem?

Eu não sabia o que fazer, não sabia se pedia desculpas por ter entrado no camarim dele, ou se me apresentava como a sortuda da noite.

- Sim. – eu falei olhando pra ele que passou do meu lado e também pegou uma garrafa d’água para beber.

- Gostou do show?

Claro que sim. Eu tinha chorado antes mesmo dele cantar minha musica preferida, antes dele tocar no violão pela primeira vez a versão acústica de uma musica que eu amava. Eu tinha esperniado, pulado e gritado com cada musica animada. E nas pausas dele para falar com o publico eu conseguia sentir sensações únicas e inexplicáveis.

- Sim. – eu respondi bebendo o ultimo gole de água e olhando em volta. Eu era tão estúpida e tão boba. Estava tendo a oportunidade que sempre quis e não sabia o que fazer.

Começamos a conversar mais sobre partes do show em geral e de como ele havia conseguido ser famoso do que sobre como eu estava me sentindo. Bem, era uma conversa mais formal porque eu definitivamente já sabia tudo sobre a vida dele. E então, como começou aquilo eu estava indo embora com uma foto com ele tirada pela equipe dele. E ao sair pelo corredor quando tirei minha a blusa de frio e soltei meus cabelos eu sabia que tinha fracassado. Se eu iria ver ele de perto apenas dessa vez, eu tinha que fazer algo.

- Eu não sou uma fã normal. – eu falei desviando-me do segurança e olhando pra ele. Isso quando criei coragem e refiz meu caminho

- Não entendi. – ele falou olhando pra mim e poderia ter parecido ilusão, mas era como se ele tivesse parado para realmente prestar atenção em mim. Como se apenas tirar aquela blusa de frio e desfazer o sempre pratico rabo de cavalo tivesse me deixado mais perto de quem eu queria mostrar pra ele.

- Acho que ninguém nunca entenderá que passar alguns minutos com a única coisa que faz eu me acalmar ou me sentir melhor quando tudo está tão ruim é a realização de um sonho.

- Um sonho? – ele perguntou estranhando e dispensando todos que estavam no camarim.

Eu esperei que todos eles saíssem, com calma, contando até dez na minha cabeça para poder falar tudo que eu queria pra ele. Até que estávamos sozinhos e ele parou na minha frente. Eu deixei a blusa de frio de lado, revelando pela primeira vez meu vestido de Snorlax que eu estava usando desde o começo da tarde numa reunião nerd na casa de um amigo quando só depois disso fui para o show.

- Eu disse que eu não era uma fã comum. Nunca vou ter tantos posters na minha parede, ou vou sair comprando tudo que você lançar com a logomarca a sua logomarca. – eu falei olhando pra ele. – Eu vou ser aquela fã que vai atribuir um significado especial para cada musica que você lançar,  embora você nunca possa entender isso. Serei aquela que vai rir toda vez que ouvir o tema de abertura do seu seriado, ou que vai ficar emocionada ao ouvir a primeira musica romântica que você lançou.  Sou aquela que mesmo sendo sua fã, vai admitir que você poderia estar bem melhor vestido numa premiação, ou que odiou seu novo corte de cabelo. Que vai falar mal de não importa quem seja sua namorada, mas depois vai se arrepender e pedir desculpas públicas numa timeline qualquer, desculpas que nem você nem ela vão ver. – eu suspirei. - Eu sou especial, mas você é bem mais especial na minha vida do que pode imaginar.

E sem hesitar pela segunda vez naquela noite, eu o abracei como fiz tantas vezes no meus sonhos. Coloquei meu peito colado ao seu, envolvi meus braços em sua cintura, apoiei minha cabeça em seu peito e parei para ouvir seu coração. Fiz carinho em suas costas, afaguei seus cabelos e me afastando apenas alguns centímetros olhei seus olhos castanhos que poderiam ser da mesma tonalidade do meu, mas eram mais especiais. Ele me abraçou de volta, e sem saber qual seria sua reação a tudo isso, eu lhe disse minhas ultimas palavras.

- Obrigada. Por tudo. – e saindo pela porta de frente para encarar o frio da noite e a multidão de fãs que me esperavam para um interrogatório eu sorri pela primeira vez ao lembrar da voz dele no meu ouvido e da mão dele afagando minha bochecha com carinho.

- De nada. E eu te entendo.

E pela primeira vez, eu sabia que não tinham sido palavras decoradas ou gastas por serem ditas tantas vezes para tantas fãs. Eram palavras especiais. Elas eram minhas para sempre, do mesmo jeito que ele carregaria na memória dele o calor do meu abraço e dos meus carinhos...

PS da Autora: dedicado a todos os meus amores e pessoas de quem sou fã. Nesse caso em especial as boybands, talvez ninguém nunca entenda o real significado delas na minha vida. Mas não importa, eu sei que sou mais feliz graças a elas.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Redefinindo Saudade



Redefinindo saudade, foi nesse ponto em que cheguei. Quando não me permito mais esperar por uma visita sua, mesmo que ela seja de seu interesse. Quando opto por dormir e nem me importar de você ver minha cara amassada e inchada por causa de um sono interrompido caso você apareça. Na verdade, devo admitir que sua não visita me permitiu poucas dezenas de minutos de sono, o que me garantiu supostamente um revigoramento para  voltar ao trabalho.
E a explicação de não visita ficou onde? Perdida pelo caminho como você? Minhas sinceras desculpas (não que eu realmente precise dar elas a você), mas nesse momento não quero saber onde você estava ou o que fez. Esqueceu? Previsível, como tantas outras coisas.
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Horas iguais minutos iguais. Alguém deve pensar em mim, ou talvez seja eu mesma pensando em mim. Aliás, o que eu sempre devo começar a fazer, colocando você como um segundo plano. Não é maldade, nem mágoa, acredite em mim. É realidade. Aquela que eu não queria ver e acabei mergulhando em definições, ou redefinições. Como redefinir? Simples.
Sinto sua falta agora. Foco. Tenho trabalho a fazer.
Gostaria de estar deitada no seu ombro para um melhor descanso. O que faço? Afofo meu travesseiro e escolho uma musica mais calma, quando reparo já estou no mundo dos sonhos.
Tenho tempo livre agora, mas como não tenho seu numero nem ligo de ligar pra sua casa e querer saber se você quer fazer algo. Procuro um filme que ainda não vi e vou assisti-lo. Olha só, a lista está maior do que eu imaginava. Acho que esse tempo livre vai me fazer bem.
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Fui ao cinema nesse final de semana. Minha mãe recordou-me enquanto ela ria que eu sempre ia ao cinema sozinha antigamente. Ela nunca se preocupou quando eu fazia isso, porque ela sabia que eu estaria bem. Que eu saberia me cuidar.
Me cuidar. Essa é uma frase que eu nunca ouço de você. Aliás, tudo que eu falo você sempre acaba não ouvindo ou não levando em consideração. Antigamente eu me preocupava com isso, em como eu poderia me esquivar desses incômodos no futuro, mas agora eu não vejo razão pra isso. Como se o que quer que fossemos ter no futuro hoje não se encaixa na minha lista de planos.
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Eu preciso organizar minha vida, meu tempo, meu guarda-roupa, minha casa e minhas historias. Aquelas que quero contar, ou aquelas que quero escrever. Redefinir o que for preciso para poder ser feliz novamente, ou poder sentir saudade do que ‘já foi a gente.’
Sabe do que eu sinto saudade? De você. Mas não tenho certeza se posso chamar isso de saudade depois de por sua causa redefinir esse conceito.