Revirei-me na cama a sua procura. O vazio ao meu lado não podia significar muita coisa, mas o barulho constante de teclas sendo digitadas me acordava de meus devaneios pós bom dia e me informavam de forma crua que você não estava ao meu lado.
Levantei-me da cama e vaguei a sua procura, desejando seu peito nu perto da minha cabeça, me fazendo um carinho tão leve com as mãos que eu dormiria tranqüila novamente. Encontrei-o onde eu imaginava estar, olhou-me apenas por alguns segundos antes de voltar a sua atenção, aos seus jogos. Às vezes eles me irritavam...
Beijei-lhe o pescoço, mordisquei suas costas em busca de atenção e fiz carinhos por sua nunca sem esquecer-me de passar a mão por seus cabelos, mas sua atenção em mim foi tão curta que joguei-me na cama ao seu lado e fiz cara de frustrada.
Não recebi atenção. Ótimo. Eu pensei inconformada.
Então sabendo que não receberia nem 60 segundos de atenção completos, voltei para minha cama, sem você que me fazia acalmar esse turbilhão de sensações que eu sempre sentia. Enxotei meu travesseiro da minha cama, de forma que a dureza do coxão me fazia uma excelente companhia.
Enrolei-me por completo, deixando tão pouco espaço para a respiração que eu poderia me passar por um amontoado de cobertores mal enrolados. A sensação do coberto gelado na minha pele fez meus músculos relaxarem automaticamente. Meu contato frio com o chão logo após eu abandonar meu braço direito em direção ao chão me fez entrar naquela fase de sonho-realidade, onde eu não saberia dizer se estava acordada ou dormindo.
Embalei meus sonhos afastando meus pensamentos de você. Mil desculpas, mas naquele momento apenas um abraço me faria feliz e nem isso eu tive. Foquei meus pensamentos em outras coisas, coisas aleatórias que embora me entediassem não me deixavam com o sono que desejava para poder dormir.
E então alguns acordes me fizeram revirar na cama, como seu meu corpo me fizesse ir em direção a eles de forma alucinada. E então dois olhos castanhos adentraram meus sonhos e com apenas uma frase eu esqueci o vazio que estava sentindo: “I've tried playing it cool...”
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